terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

FAÇA PEQUENAS COISAS, MAS AS FAÇAM BEM


Santa Clara nasceu em 1193 ou em 1194, na cidade de Assis, filha primogênita antes de outras duas irmãs. Sua família, por parte de pai, era uma família de cavaleiros; por parte de mãe, Clara tinha também o sangue da nobreza. Seu pai se chamava Favarone de Offreduccio, e sua mãe, Hortolana. Além da nobreza de origem, a família era rica, possuidora de não poucos bens.

Como convinha a uma jovem da nobreza, Clara foi educada para ser uma mulher da sociedade, mas sua mãe, mulher de profunda piedade cristã, não se descuidou de transmitir-lhe também os ensinamentos da religião. Assim, desde criança, Clara acompanhava os gestos caridosos de sua mãe para com os pobres de Assis. E ela mesma, desde tenra idade, já se privava de iguarias para, às escondidas, dá-las aos pobres.

Na idade de 17 para 18 anos, momento em que seus pais já estavam preocupados em arranjar-lhe um bom casamento, Clara, sob pretexto de pensar melhor sobre sua vida, postergava sempre a idéia de contrair matrimônio, recusando com delicadeza os pretendentes que os pais lhe apresentavam. Foi neste tempo que ouviu falar de Francisco, um jovem que deixou família e
riquezas para, com um grupo de companheiros - todos considerados loucos pela sociedade - simplesmente viver segundo o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta idéia a empolgou. Estava decidida: iria viver como aqueles jovens. Depois de algumas conversas com Francisco, foi feito por ambos um plano de fuga.
Deste modo, na noite do domingo de Ramos de 1211 (ou 1212), Clara abandonava a casa e era conduzida à capela de Francisco e de seus companheiros para, aí, depor suas ricas vestes e vestir o hábito da penitência. Após esta breve cerimônia, Clara foi conduzida a um mosteiro de monjas beneditinas.Quando a fuga foi descoberta, os parentes foram ao encalço dela. Tentaram de todos os modos possíveis convencê-la a voltar para casa. Mas ela, agarrando-se à toalha do altar, tirou o véu que lhe cobria a cabeça tonsurada, sinal de sua consagração a Deus. Os parentes viram que nada mais tinham que fazer.

Duas semanas depois, nova fuga da casa de Favarone. Era a segunda filha, Inês, que fugia e ia viver com Clara. Nova tentativa dos parentes de conduzir de volta a segunda filha. Tudo em vão. Assim, a nova comunidade fundada por Clara começava a crescer. Vieram em seguida suas antigas companheiras: Pacífica, Benvinda de Perusa, Cecília de Gualtieri, Filipa de Gislério, Cristiana de Bernardo e outras. Mais tarde veio também a outra irmã, Beatriz, e finalmente sua mãe Hortolana. Depois de mais de quarenta anos de vida no mosteiro, uma vida escondida que, no entanto, irradiava por todas as regiões da Itália, Clara faleceu aos 11 de agosto de 1253, sendo canonizada apenas dois anos depois de seu falecimento.

Pouco tempo depois da morte de Clara, a pedido do papa Inocêncio IV, o bispo de Spoleto convida as monjas do mosteiro São Damião para darem testemunho de Clara. Na ocasião foram narrados episódios significativos de sua vida, tais como: a fuga de sua casa paterna, o encontro com Francisco, os primeiros dias vividos no mosteiro São Damião, a invasão e o milagre da fuga dos Sarracenos, os últimos instantes de sua vida. Clara morreu no dia 11 de agosto de 1253. Dois anos depois de sua morte o papa Alexandre IV a proclamou Santa. Em 14 de Fevereiro de 1958 o Papa Pio XII a declarou padroeira da televisão.




CURIOSIDADES
O MILAGRE DA FUGA DOS SARRACENOSHouve uma época em que os sarracenos, soldados muçulmanos, estavam nos vales ao entorno de Assis. Todos os conventos dessa época já haviam sido saqueados e faltava apenas o São Damião, das clarissas. Ao serem atacados, Clara mandou que a levassem ainda muito doente para a porta, diante dos inimigos, colocando à sua frente um Ostensório, com o Santíssimo Sacramento.
Prostrada no chão, assim rezou: "Meu Senhor, quereis entregar estas vossas servas frágeis, que criei em vosso amor, nas mãos dos pagãos? Guardai, eu vos suplico, Senhor, estas vossas servas que no momento não posso defender com minhas forças". Ouviu-se, então, uma voz dizendo: "Eu vos defenderei sempre!".
No mesmo instante, os invasores se puseram em fuga, descendo pelos muros que haviam escalado, tal a força daquela que orava, e a graça concedida pelo Senhor. Esta cena é retratada até hoje, em todas as imagens da Santa, que teve um incrível culto pela Eucaristia e uma vida de oração e adoração.


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