segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Santo baluarte da ABRASP e da Pastoral da Sobriedade no regional nordeste 1 da CNBB




Herdeiro espiritual de São Francisco de Assis, o Padre Pio de Pietrelcina foi o primeiro sacerdote a ter impresso sobre o seu corpo os estigmas da crucifixão. Ele é conhecido em todo mundo como o "Frei"estigmatizado.
O Padre Pio, a quem Deus deu dons particulares e carismas, se empenhou com todas as suas forças pela salvação das almas. Os muito testemunhos sobre a grande santidade do Frei, chegam até os nossos dias, acompanhados de sentimentos de gratidão. Suas intercessões providencias junto a Deus foram para muitos homens causa de cura do corpo e motivo de renovação do espírito.
O Padre Pio de Pietrelcina que se chamava Francesco Forgione, nasceu na Pietrelcina, num pequeno povo da Província de Benevento, em 25 de maio de 1887. Pertencia a  uma família humilde tendo padrepio2.jpg (5839 byte)como  pai Grazio Forgione e a mãe Maria Giuseppa  Di Nunzio tinham outros filhos. Desde muito menino Francesco experimentou em si o desejo de consagrar-se totalmente a Deus e este desejo o distinguia de seus coetâneos. Tal "diferença" foi observada por seus parentes e amigos.  Narra a mamãe Peppa: "Não cometeu nunca nenhuma falta,  não tinha caprichos, sempre obedeceu a mim e a seu pai, a cada manhã e a cada tarde ia à igreja visitar a Jesus e a Virgem. Durante o dia não saia nunca com os seus companheiros. Às vezes eu dizia: - "Francì vá um pouco a brincar". Ele se negava dizendo: - "Não quero ir porque eles blasfemam". Do diário do Padre Agostinho de San Marco em Lamis, o qual foi um dos diretores espirituais do Padre Pio, soube que o Padre Pio, desde 1892 quando tinha apenas cinco anos, viveu já suas primeiras experiências místicas espirituais. Os Extasies e as aparições foram freqüentes, mas  para o menino pareciam serem absolutamente normais.
Com o passar do tempo, realizou-se para Francesco o que foi o seu maior sonho: consagrar totalmente a sua vida a Deus.
Em 6 de janeiro de 1903, aos dezesseis anos, entrou como clérigo na ordem dos Capuchinhos. Foi ordenado sacerdote na Catedral de Benevento, a 10 de agosto de 1910. Teve assim início sua vida sacerdotal que por causa de suas condições precárias de saúde, se passou primeiro em muitos conventos da província de Benevento. Esteve em vários conventos por motivo de saúde, assim, a partir de 4 setembro de 1916 chegou ao convento de San Giovanni Rotondo, sobre o Gargano, onde ficou até 23 de setembro de 1968, dia de seu pranteado falecimento.
Nesse longo tempo o Padre Pio iniciava seus dias despertando-se a noite, muito antes da aurora, se dedicava a oração e com grande fervor aproveitando a solidão e silêncio da noite. Visitava diariamente por longas horas a Jesus Sacramentado, preparando-se à Santa Missa, e daí sempre tirou as forças necessárias, para seu grande trabalho com as almas, levando-as até Deus no Sacramento da Confissão. Atendia confissão por longas horas, até 14 horas diárias, e assim salvou muitas almas.
Um dos acontecimentos que marcou intensamente a vida do Padre Pio foi que se verificou na manhã do 20 de setembro de 1918, quando, rezando diante do Crucifixo do coro da velha e pequena igreja, o Padre Pio recebeu o maravilhoso presente dos estigmas. Os estigmas ou as feridas foram visíveis e ficaram abertas, frescas e sangrentas, por meio século. Este fenômeno extraordinário tornou a chamar, sobre o Padre Pio a atenção dos médicos, dos estudiosos, dos jornalistas, enfim sobre toda a gente comum que, no período de muitas décadas foram a San Giovanni Rotondo para encontrar o santo frade.
Numa carta ao Padre Benedetto, datada de 22 de outubro de 1918, o Padre Pio narra a sua "crucifixão": O que posso dizer aos que me perguntam como é que aconteceu a minha crucifixão? Meu Deus! Que confusão e que humilhação eu tenho o dever de manifestar o que Tu tendes feito nessa mesquinha criatura!"
Foi na manhã do 20 do mês passado ( setembro ) no coro, depois da celebração da Santa Missa, quando fui surpreendido pelo descanso do espírito, pareceu um doce sonho. Toso os sentidos interiores e exteriores, além das mesmas faculdades da alma, se encontraram numa quietude indescritível. Em tudo isso houve um silêncio em torno de mim e dentro de mim; senti em seguida uma grande paz e um abandono na completa privação de tudo e uma disposição na mesma rotina.
Tudo aconteceu num instante. E em quanto isso se passava, eu vi na minha frente um misterioso personagem parecido com aquele que tinha visto na tarde de 5 de agosto. Este era diferente do primeiro, porque tinha as mãos, o pés e o peito emanando sangue. A visão me aterrorizava, o que senti naquele instante em mim não sabia dizê-lo. Senti-me desfalecer e morreria, se Deus não tivesse intervindo sustentar o meu coração, o qual sentia saltar-me do peito. A visão do personagem desapareceu e dei-me conta de que minhas mãos, pés e peito foram feridos e jorravam sangue. Imaginais o suplício que experimentei então e que estou experimentando continuamente todos os dias. A ferida do coração, continuamente, sangra. Começa na quinta feira pela tarde até sábado. Meu pai, eu morro de dor pelo suplício e confusão que experimento no mais íntimo da alma. Temo morre en sangue, se Deus não ouvir os gemidos do meu pobre coração, e ter piedade de retirar de mim está situação..."
Durante anos, de todas as partes do mundo, os fiéis foram a este sacerdote estigmatizado, para conseguir a sua potente intercessão junto a Deus. Cinqüenta anos passados na oração, na humildade, no sofrimento e no sacrifício, de onde para atuar seu amor, o Padre Pio realizou duas iniciativas em duas direções: uma vertical até Deus com a fundação dos "Grupos de ruego", hoje chamados "grupos de oração"e outra horizontal até os irmãos, com a construção de um moderno hospital: "Casa Alívio do Sofrimento".
Em setembro os 1.968 milhares de devotos e filhos espirituais do Padre Pio se reuniram em um congresso em San Giovanni Rotondo para comemorar o 50 aniversário dos estigmas e celebrar o quarto congresso internacional dos Grupos de Oração. Ninguém imaginou que às 2h30 da madrugada do dia 23 de setembro de 1968, seria o doloroso final da vida do Padre Pio de Pietrelcina. Deste maravilhoso frei, escolhido pro Deus para derramar a sua Divina Misericórdia de uma maneira especial.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Papa: Igreja deve buscar equilíbrio (Sobriedade)

Francisco afirmou que escolheu não falar sobre assuntos como aborto e casamento gay em seu pontificado
Roma. O papa Francisco afirmou que a Igreja se tornou "obcecada" com a pregação contra o aborto, o casamento gay e a contracepção, e que ele escolheu deliberadamente não falar sobre esses assuntos por entender que ela deve ser uma "casa para todos", e não uma "pequena capela" focada na doutrina, na ortodoxia e em uma agenda limitada de ensinamentos morais.

O pontífice aconselhou a Igreja a acompanhar com misericórdia os gays, que segundo ele são verdadeiros "feridos sociais" FOTO: REUTERS

As declarações do pontífice foram dadas em uma entrevista ao jornal jesuíta "La Civiltà Cattolica" no mês de agosto, durante três encontros. O conteúdo da conversa foi divulgado ontem por 16 jornais jesuítas de diferentes países.

"Não podemos insistir apenas em assuntos relacionados ao aborto, ao casamento gay e ao uso de métodos contraceptivos. Isso não é possível", disse o papa Francisco ao também jesuíta Antonio Spadaro, editor-chefe do "La Civiltà Cattolica".

Francisco advertiu que a estrutura moral da Igreja Católica pode "cair como um castelo de cartas" se não equilibrar suas regras divisionistas sobre aborto, gays e contracepção com a necessidade maior de torná-la um lugar misericordioso e mais acolhedor para todos.

O pontífice admitiu ainda que sofre críticas por evitar tratar desses temas. "Eu não falei muito sobre essas coisas, e fui repreendido por isso. Mas, quando falamos sobre essas questões, temos que falar sobre elas em um contexto. O ensinamento da Igreja quanto a isso é claro, e eu sou um filho da Igreja, mas não é necessário falar sobre esses assuntos o tempo inteiro", acrescentou.

O papa disse ainda que "os ensinamentos dogmáticos e morais da Igreja não são todos equivalentes" e que o ministério pastoral não deve ser "obcecado" com a transmissão de "doutrinas desarticuladas que se tenta impor de forma insistente".

Homossexuais

Francisco recomendou à Igreja a "acompanhar" os gays e divorciados "com misericórdia e a partir de suas condições de vida reais".

"Em Buenos Aires recebia cartas de pessoas homossexuais que são verdadeiros ´feridos sociais´, porque me diziam que sentiam que a Igreja os condenava. Mas a Igreja não quer isso", comentou o religioso.

Na longa entrevista, o papa argentino também explicou que nunca foi de direita, mas que sua "maneira autoritária de tomar decisões criou problemas" quando ainda era um jovem provincial (chefe) dos jesuítas em Buenos Aires, capital argentina.

"Minha maneira autoritária e rápida de tomar decisões me trouxeram problemas sérios e cheguei a ser acusado de ultraconservador. Teve um momento de grande crise interna quando estava em Córdoba. Certamente não fui como a beata Imelda, mas jamais fui de direita. Foi a minha maneira autoritária de tomar decisões que me criou problemas", reconheceu. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Brasil tem 370 mil usuários regulares de crack nas capitais, aponta Fiocruz

Um levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ligada ao Ministério da Saúde em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), do Ministério da Justiça, revela que cerca de 370 mil brasileiros de todas as idades usaram regularmente crack e similares (pasta base, merla e óxi) nas capitais ao longo de pelo menos seis meses em 2012.
Por "uso regular", foi considerado um consumo de pelo menos 25 dias nos seis meses anteriores ao estudo, de acordo com definição da Organização Panamericana de Saúde (Opas).
Esse número de 370 mil pessoas corresponde a 0,8% da população das capitais do país e a 35% dos consumidores de drogas ilícitas nessas cidades. Além disso, 14% do total são crianças e adolescentes, o que equivale a mais de 50 mil usuários.
O estudo foi realizado com 25 mil pessoas de forma domiciliar e indireta, ou seja, cada indivíduo respondeu a questões sobre suas redes sociais (familiares, amigos e colegas de trabalho residentes no mesmo município) de forma geral e também especificamente sobre o uso de crack e outras drogas.
O resultado, portanto, é uma estimativa do que ocorre nas 26 capitais e no Distrito Federal – em outra pesquisa da Fiocruz, por exemplo, feita de forma direta com 7 mil entrevistados em 112 municípios (incluindo capitais e regiões metropolitanas) entre o fim de 2011 e junho de 2013, o total não passou de 48 mil usuários de crack e similares.
Consumo de crack no Brasil, por região (Foto: Arte/G1)
Segundo os autores, a metodologia indireta, chamada Network Scale-up Method (NSUM), permite que populações de difícil acesso (como presos, hospitalizados, estudantes, militares, religiosos, fugitivos e vítimas de catástrofes) também entrem nessa conta.
De acordo com o secretário da Senad, Vitore Maximiano, essas duas pesquisas são as maiores já feitas sobre crack no mundo, pelo número de entrevistados e pelo volume de dados gerados.
"Somando-se os dois estudos, são 32 mil questionários produzidos. Estamos investigando uma população oculta, que tem dificuldade de revelar seu uso, suas prevalências, porque há a questão criminal, a discriminação", destaca.
Maximiano diz que o usuário de crack, conforme os resultados, é alguém que vive uma forte exclusão social, tem baixa escolaridade e dificuldade de inserção no mercado de trabalho, com predominância de indivíduos não brancos (80%) e em situação de rua.
Nordeste lidera ranking
Entre as regiões do Brasil, o Nordeste lidera o uso regular de crack e similares, com 40% do total, seguido do Sudeste, do Centro-Oeste, do Sul e do Norte (veja o gráfico acima). Além disso, cerca de 80% dos usuários dessas substâncias fazem isso em lugares públicos e de grande circulação, como as ruas.
Estamos investigando uma população oculta, que tem dificuldade de revelar seu uso, suas prevalências, porque há a questão criminal, a discriminação"
Vitore Maximiano,
secretário da Senad
Nas capitais do Sudeste e do Centro-Oeste, o crack e similares correspondem a 52% e 47%, respectivamente, de todas as drogas ilícitas (com exceção de maconha) consumidas nessas cidades. Já no Norte, o crack tem uma participação menor no total: cerca de 20%.
Além disso, as capitais do Nordeste são as que concentram mais crianças e adolescentes usuários de crack e similares, com 28 mil pessoas. No Sul e no Norte, esse número é de cerca de 3 mil indivíduos em cada região.
Segundo Maximiano, o alto uso de crack no Nordeste está ligado ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) local, onde há uma população mais carente. Essa droga acaba sendo, portanto, uma alternativa barata. Já no Sul, a relação é de ordem sociológica, pois lá as pessoas tradicionalmente consomem mais drogas (sobretudo injetáveis) que a média nacional.
Nas mesmas cidades analisadas, estima-se que 1 milhão de pessoas usem drogas ilícitas em geral (cocaína, heroína, ecstasy, LSD, etc), com exceção de maconha. De acordo com os autores, ainda não é possível fazer um estudo em todo o país porque não há bancos de dados nacionais com informações suficientes sobre grupos específicos da população.
Jovem segura cachimbo para fumar crack em São Luís (MA) (Foto: Reprodução/TV Mirante)Cachimbo é a forma mais usada para fumar crack
no Brasil, diz estudo (Foto: Reprodução/TV Mirante)
Usuário difícil de encontrar
Na opinião do pesquisador da Fiocruz Francisco Inácio Bastos, um dos coordenadores dos levantamentos, em estudos tradicionais com perguntas diretas não é possível identificar os usuários de crack e similares em casa, pois eles estão nas ruas. Para ter acesso a essas pessoas, então, é preciso ir em busca de suas redes de contatos.
Além de estarem fora de casa, os indivíduos que consomem drogas como o crack são mais estigmatizados que aqueles que usam maconha ou álcool, na opinião de Bastos. Por isso, a maioria dos usuários não assume o vício.
Entre as perguntas feitas pelo método indireto, incluídas em uma lista com cerca de 100 questões, estavam: "Você conhece alguém que usa crack? Quantas pessoas?" Além disso, o levantamento reuniu perguntas sobre o programa Bolsa Família e outros assuntos que, depois, foram confirmados em cadastros oficiais das capitais.
Sobre as "cracolândias", Bastos diz que esse não é um fenômeno comum e está mais restrito a São Paulo e ao Rio de Janeiro, pois para esses locais existirem é preciso de alguns pré-requisitos, como grande densidade urbana, ausência do poder público naquele determinado lugar e uma cadeia de distribuição de drogas de grande porte.
O relatório da Fiocruz conclui que o estudo indireto pode servir de base para futuras pesquisas sobre crack com essa mesma metodologia, a fim de gerar uma série histórica confiável. A partir dele, na visão dos autores, também é possível pensar em políticas públicas e estratégias voltadas principalmente para crianças e adolescentes.
PM apreende 180 pedras de crack e dois são detidos em Uberlândia, MG (Foto: Reprodução/TV Integração)Pedras de crack apreendidas em janeiro em
Uberlândia (MG) (Foto: Reprodução/TV Integração)
Homem jovem, solteiro e de rua
O outro levantamento da Fiocruz, feito de forma direta com 7 mil pessoas de 18 anos ou mais em 112 municípios, entre 2011 e 2013, envolveu cerca de 400 perguntas e teve como base o método Time-Location Sampling (TLS), para analisar o perfil dos usuários e o cenário de consumo.
As cidades pesquisadas foram as 26 capitais, o Distrito Federal, nove regiões metropolitanas e municípios de médio e pequeno porte. Os locais de estudo foram as próprias cenas de uso de crack e serviços de saúde próximos.
A média de idade dos entrevistados era de 30 anos. Por sexo, os usuários se mostraram predominantemente homens, representando quase 80% do total. Em levantamentos anteriores sobre crack e cocaína, essa proporção era menor: cerca de 60%, contra 40% de mulheres. Esse índice encontrado agora, segundo a Fiocruz, tem relação com uma maior presença masculina no tráfico e em cenários abertos de uso de drogas.
Entre as mulheres usuárias de crack ouvidas, 10% estavam grávidas naquele momento e mais da metade já havia engravidado pelo menos uma vez desde o começo do vício.
Além disso, a maioria (60%) dos usuários de crack declarou ser solteira, 40% vivem nas ruas, 65% fazem trabalhos esporádicos ou autônomos e muitos não chegaram a concluir o ensino médio ou entrar no ensino superior. Atividades ilícitas, como tráfico de drogas e furtos/roubos, foram admitidas por apenas 6,4% e 9% dos entrevistados, respectivamente.
A principal motivação para usar crack e similares foi curiosidade/vontade, apontada por mais da metade dos entrevistados. Em seguida, vieram pressão dos amigos (26,7%) e problemas familiares ou perdas afetivas (29,2%). O baixo preço da droga também seria um fator contribuinte para a manutenção do vício ao longo do tempo, mas não determinante para o início da experimentação.
O tempo médio de uso foi de 8 anos nas capitais, contra 5 anos nos demais municípios. O número médio de pedras utilizadas por pessoa nas capitais foi de 16 ao dia, contra 11 nas outras cidades. O consumo dos homens foi mais prolongado, mas as mulheres usaram mais pedras por dia – até 21, contra 13 dos homens.
Além desses dados, quase 30% das usuárias de crack ouvidas admitiram trocar dinheiro ou drogas por sexo, contra 1,3% dos homens. Elas também foram maioria nos casos de violência sexual prévia: 44,5%, contra 7% no sexo masculino.
Mais de um terço de todos os usuários entrevistados admitiu, ainda, não ter utilizado preservativo em nenhuma das relações sexuais ocorridas naquele mês. E mais da metade (53,9%) nunca havia feito um teste de HIV, o que é algo preocupante, pois os usuários analisados apresentaram prevalência do vírus da Aids oito vezes maior que a da população geral.
A maioria (quase 75%) fumava crack em cachimbos, seguidos de latas (51,8%) e copos plásticos com tampa de alumínio (28,3%). Além disso, mais de 70% compartilhavam esses apetrechos, o que a Fiocruz chama atenção pelo risco de transmissões virais como hepatites.
Dos entrevistados que já tiveram alguma situação de overdose nos 30 dias anteriores à pesquisa, 44,7% passaram por isso pelo uso de crack e 22,4% sofreram intoxicação aguda em decorrência do abuso de álcool. E, ao todo, 41,6% relataram terem sido detidos no último ano, por motivos como posse de drogas (quase 14%), assalto/roubo (9,2%), furto/fraude/invasão de domicílio (8,5%) e tráfico ou produção de drogas (5,5%).

Resposta do governo
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou nesta quinta-feira (19), durante entrevista coletiva em Brasília, que será feito um plano de três eixos para enfrentar o crack no país: um de prevenção, um de cuidados e outro de autoridade.
"(O primeiro) exige um conjunto de medidas de orientação social, que possa esclarecer os malefícios do uso do crack", explicou. Já o eixo de cuidados inclui tratar os usuários, contratar bons profissionais e manter um número suficiente de unidades de tratamento.
"O eixo autoridade tem a ver com medidas de segurança pública e o enfrentamento rigoroso das organizações de narcotraficantes", destacou.
O ministro afirmou também que os usuários de crack devem ser considerados dependentes químicos e, portanto, passíveis de tratamento, e não tratados com sanções penais.
"A maior parte dos usuários são pessoas de extrema vulnerabilidade social. Quando você vai ouvi-las, ao contrário do que muitos pensam, 80% querem tratamento e 92% querem apoio para conseguir emprego ou ensino para se reinserir socialmente", disse Cardozo.
Ações
Em dezembro de 2011, a presidente Dilma Rousseff lançou um conjunto de ações integradas para o combate ao crack com orçamento de R$ 4 bilhões do governo federal. Na ocasião, a presidente anunciou a criação de 2.462 leitos destinados ao tratamento de usuários de drogas.
Segundo o ministério, foi investido desde então R$ 1,5 bilhão em ações de implementação e custeio de serviços que atendem aos usuários de crack, e 85 das 308 unidades de rua previstas foram construídas. De acordo com o ministro, o programa segue "estritamente" o cronograma para usar os recursos.
"Desde o início do programa isso passa por uma pactuação com estados e municípios com a definição de uma matriz de responsabilidade, para que a partir daí você consiga fazer a alocação dos recursos", disse o ministro. "Você tem o tempo de articulação do programa, que é exatamente o que foi feito para fazer acordos e negociar com estados e municípios."
Segundo o governo, desde o início do programa foram criados 1.885 novos leitos em 37 Centros de Álcool e Drogas, 60 Unidades de Acolhimento, 85 Consultórios na Rua e enfermarias especializadas em álcool e drogas.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Pastoral da Sobriedade em retiro espiritual‏

Nos dias 13,14 e 15 de Setembro, aconteceu o retiro dos Agentes da Pastoral da Sobriedade, com a participação dos  membros da coordenação regional e diocesana de Sobral e Tianguá (Grupos da Paróquia São José de Ubajara,São Sebastião de Ipu e da Paróquia nossa Senhora do Perpetuo Socorro em Alcântaras).  Encontramo-nos com o desejo de refletirmos a caminhada, realimentar-nos na espiritualidade da Pastoral e com a alegria de se encontrar.
O Santuário Mãe Rainha na cidade de Ubajara/CE  foi o chão sagrado, o Santuário que nos acolheu com carinho e alegria nestes dias.
O retiro foi conduzido pelo Missionário Rogério Melo que nos conduziu ao encontro conosco mesmo, com nossa casa interior, trazendo presente a espiritualidade da pastoral onde levou-nos a perceber como anda nosso interior e a sentir o colo amoroso de Deus. Houve momentos de reflexão pessoal e grupal, partilha pessoal e em grupos. Tivemos a oportunidade de experimentar a misericórdia de Deus por meio da celebração eucarística com Padre LUSMAR da Paróquia São José de Ubajara/ diocese de Tianguá que com carinho nos acolheu neste encontro.
E assim, com o coração aquecido e revigorado na espiritualidade da pastoral que é palavra viva, cada agente assumiu um compromisso para consigo mesmo, com a Pastoral e a comunidade durante este sim ao  chamado de Deus.
Concluímos o retiro com uma visita ao Parque Nacional de Ubajara onde tivemos a presença da mãe natureza e contemplamos mais profundamente a obra de Deus em belas paisagens que o parque nos proporcionou. Encerramoso retiro com a Oração da Sobriedade,Pai Nosso e uma Ave Maria com a intenção de viver um caminho para uma VIDA NOVA e com esse gesto renovamos o nosso desejo de SOBRIEDADE E PAZ SÓ POR HOJE , GRAÇAS A DEUS.

Rogério Melo
Missionário / Coordenador da Pastoral da Sobriedade no Regional Nordeste 1 da CNBB.




terça-feira, 3 de setembro de 2013

"Jesus vence o mal com a humildade", disse o Papa na homilia da manhã

Cidade do Vaticano (RV) - “Sempre, onde estiver Jesus haverá humildade, meiguice e amor”, disse o Papa Francisco na Missa da manhã desta terça, 03, na Casa Santa Marta. O Papa acentuou a distinção entre a “luz tranquila” de Jesus, que fala ao nosso coração, e a “luz do mundo”, uma “luz artificial” que nos torna soberbos e orgulhosos. 

A identidade cristã é “uma identidade da luz, não das trevas”. Francisco desenvolveu sua homilia inspirando-se nas palavras de São Paulo aos primeiros discípulos de Jesus. “Vocês, irmãos, não estão nas trevas, vocês são todos filhos da Luz”. Esta Luz, porém – ressalvou – “não foi muito querida pelo mundo”.

“Jesus veio justamente para nos salvar do pecado, a sua Luz nos salva das trevas”. Por outro lado, “hoje se pensa que podemos receber a luz com tantas coisas científicas e coisas da humanidade”. 

“Mas a luz de Jesus é outra coisa. Não é uma luz da ignorância; é uma luz de sabedoria, diferente da luz do mundo. A luz do mundo é artificial, forte como um fogo de artifício, como um flash, mas a de Jesus é mais forte, embora branda: é uma luz tranquila, de paz, como a luz da noite de Natal, sem pretensões”. 

O Papa disse ainda que a Luz de Jesus “dá paz”, “não faz espetáculo; é uma Luz que vem do coração”. Todavia – advertiu, “às vezes, o diabo aparece disfarçado de anjo da luz: ele gosta de imitar Jesus e parecer bom, nos fala tranquilamente...”. Eis porque devemos pedir ao Senhor “a sabedoria para discernir quando é o Senhor que nos dá a Luz e quando é o demônio, mascarado de anjo”. 


“Quanta gente acredita viver na luz e estão nas trevas, sem perceber? Como é a luz que Jesus nos oferece? Nós conhecemos a Luz de Jesus, porque é humildade, não se impõe. É uma luz meiga, com a força da meiguice. É uma luz que fala ao coração, que oferece a Cruz”. 

“Se, ao contrário, uma luz te faz sentir orgulhoso, te faz olhar aos outros por cima, a desprezar os outros, a ser soberbo, ela não é a Luz de Jesus, é a luz do diabo, disfarçado de Jesus, de anjo da luz”.

Francisco exortou os fiéis a “ir atrás Dele sem medo, porque a Luz de Jesus é bela e faz muito bem. E concluiu lembrando que o Evangelho do dia narra que Jesus expulsa o demônio e as pessoas se perdem no temor diante de uma palavra que expulsa os espíritos impuros: 

“Jesus não precisa de um exército para expulsar os demônios, não precisa da soberba, não precisa da força e do orgulho. Sua palavra é humilde, meiga e cheia de amor; é uma palavra que nos acompanha nos momentos de Cruz. Peçamos ao Senhor que nos dê hoje a graça de sua Luz e nos ensine a distinguir quando a luz e Sua ou quando é artificial, feita pelo inimigo para nos enganar”. 
(CM)










Texto proveniente da páginahttp://pt.radiovaticana.va/news/2013/09/03/jesus_vence_o_mal_com_a_humildade,_disse_o_papa_na_homilia_da_manhã/bra-725137
do site da Rádio Vaticano